quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Distribuição territorial de votos nulos, brancos e abstenções na cidade de São Paulo (2012 - 2016)



Nos últimos dias tem sido discutido amplamente o peso dos votos nulos, brancos e abstenções no resultado da última eleição. É recorrente a afirmação de que esse processo de esvaziamento da participação da população no pleito eleitoral tem sido contínuo no tempo. Entretanto nos perguntamos se ele tem sido regularmente distribuído no território e se essa distribuição tem se mantido inalterada.

Acreditamos que essas respostas possam ajudar a compreender o processo que vivemos.

Para responder as questões acima, tomamos para essa análise os dados do município de São Paulo no primeiro turno nos anos de 2012 dados de votação para prefeito, 2014 dados para a votação de governador e 2016 dados para votação de também de prefeito. Utilizando dados do TSE agrupando em uma única classe abstenções, brancos e nulos. Considerados na proporção para eleitores aptos sempre para o pleito em questão. Utilizamos como método de distribuição das frequências os quartis para todos os dados.
Observe que para o ano de 2012 as maiores concentrações de votos brancos, nulos e abstenções concentram-se no centro expandido. Esse padrão é alterado para o ano de 2014, nesse ano a abstenção desloca-se para as regiões periféricas restando no centro apenas as proximidades do Brás e da Sé com alta concentração de votos brancos, nulos e abstenções.


 
Nos parece evidente uma alteração de percepção da realidade que alijou setores antes com maior engajamento no processo eleitoral. Essa alteração de percepção por outro gerou um engajamento maior de atores antes menos envolvidos no processo.

Vale recordar o que de mais relevante ocorreu nesse período. As manifestações de 2013 que varreram o país. Nos parece a hipótese mais razoável para a explicação do fenômeno de inversão no padrão espacial entre votos brancos, abstenções e nulos. No entanto outros fatores também podem ter contribuído como a própria deterioração da economia.

Assim como o aprofundamento do processo de abstenções, brancos e nulos já demandará a inclusão de outros fatores na análise esse não é o nosso foco.
Em 2016 temos o patamar das abstenções subindo para a casa dos 30% por zona eleitoral, encontrando suas máximas próximas de 40%. A tendência de maior participação do centro se mantêm com a exceção da região da Sé e Brás, tendência já presente em 2014, o extremo sul mantém sua abstenção estável entre 2014 e 2016 em um cenário de deterioração da participação nas eleições.
 
Por fim, lembramos que a maior parte dos dados tem alguma componente geográfica, isso nos permite afirmar que a análise geográfica é essencial para uma compreensão correta da realidade. Aqui demonstramos como a abstenção é um fenômeno variável pelo território apresentando inclusive mudança de padrão espacial no tempo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Agrupando as contagens de domicílio por quadra a partir das faces de logradouro do CNEFE


Com a preocupação de ofertar benefícios aos diferentes segmentos que demandam por um ajuste fino na demografia como, por exemplo, redes com lojas pequenas, sejam elas de supermercados de bairro, lanchonetes, cafeterias etc, que contam com uma área de abrangência primária de apenas algumas quadras. Pensando nesses mercados reagrupamos os dados de domicílio dos setores censitários para o nível de quadras. A partir da divulgação das faces de logradouro pelo IBGE reagrupamos os domicílios por quadras gerando uma informação mais detalhada que o próprio setor censitário.
Sabemos que muitas vezes os domicílios não são distribuídos por igual dentro de um setor censitário (355030871000074). Em algumas situações essa diferença pode ser significativa.


Observe que na quadra central existe um edifício, que na última quadra um galpão, o que caracteriza uma não uniformidade. Mas uma tematização de concentração de domicílios por setor fará a representação de forma uniforme.

 

Essa é a forma como nos acostumamos a visualizar as informações.
A partir da divulgação das faces de logradouro pelo IBGE começamos a virar essa página, a partir do amplo domínio sobre as documentações do Censo 2010 e sobre técnicas de análise de dados e de geotecnologias geramos as quadras e reagrupamos a partir dos dados disponibilizados as contagens de domicílio por quadra.


Hoje esse trabalho atinge 73,47% das quadras geradas que cobrem toda a área urbana do município de São Paulo. Existem, portanto, incompletudes no dado, majoritariamente em razão de inconsistências no insumo.
 
Para ilustração, apresentamos o distrito do Itaim Bibi. Já estão habilitadas as camadas que complementam as quadras que são setores. Compreende, setores em que quase sua totalidade está relacionada a edifícios, assim como a camada de setores seca relacionada aos setores com corte transversal, ambos não seriam apropriados para o corte por quadra. Também está presente uma camada de setores com a mesma informação, representada da forma convencional, basta desligar as demais e ligar essa camada.

Os dados estão organizados no método do quartil, logo os agrupamentos não são exatamente iguais.

Contato comercial exclusivamente em:http://www.geoanalytics.com.br/

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Geocodificação de endereços com software livre de GIS


A geocodificação é o processo em que uma listagem de endereços passa a ter uma referência geográfica, no caso um par de coordenadas. Referenciar seus dados de negócio é o primeiro passo para poder analisar espacialmente suas informações.

Serviços de gestão de saúde pública geocodificam casos de doenças e buscam identificar padrões de agrupamento para então inferir uma possível causa. Assim como as grandes redes de varejo geocodificam os endereços dos seus clientes para identificar o padrão sócio econômico dos clientes mais próximos e assim definir e ajustar o mix de produtos das suas lojas.
 
Nesses últimos dias me vi diante da necessidade de geocodificar nada menos do que um milhão e meio de endereços únicos na cidade de São Paulo, representando quase a completude das fachadas pagadoras de IPTU da cidade de São Paulo. Sem uma base proprietária ou um sistema proprietário com software e dados à minha disposição.

Nas minhas consultorias tenho sempre a preocupação de atender as necessidades do cliente dentro da sua realidade financeira. Adequando e construindo soluções com abordagens inovadoras.
Recorri a base do Centro de Estudos da Metrópole que recentemente lançou uma versão atualizada, assim do ponto de vista dos dados meu problema já estava bem resolvido. Optei por testar a geocodificação no Terraview. Tanto a base como o software sem custo de aquisição. Em um primeiro teste com pouco mais de cem endereços os resultados foram satisfatórios, porém eu desejava que os pontos não ficassem sobre a linha, que fosse aplicado um deslocamento de 10 metros e que nas extremidades também não houvesse pontos mapeados. Para o usuário, de fato ninguém instala um estabelecimento ou mora sob a linha, na minha perspectiva ainda pretendo agrupar esses dados em polígonos e preciso portanto separar par e ímpar.
Endereços Geocodificados na Av Ipiranga, posicionados sobre a linha.
 
Frente a essa dificuldade e a meta no objetivo optei por editar as geometrias, gerando uma base para geocodificar os endereços pares e outra para os endereços ímpares. Como primeiro passo gerei um ponto nos cruzamentos e a partir dele um buffer e em seguida apaguei o trecho contido no buffer. A ideia aqui é evitar que algum endereço seja geocodificado no meio do cruzamento.

Como declarado gerei as feições próprias para cada face de quadra, fiz um tratamento último dos endereços padronizado tipo de logradouro, título e preposição e parti para a geocodificação.
Também na região central os dados geocodificados no Terra View.


 O software tem ampla documentação em português assim não vou focar nessa questão, os dados foram geocodificados em dois lotes, primeiro ímpar, depois par. Somando os dois lotes o tempo de processamento não chegou a duas horas para quase um milhão e meio de pontos.
A base de endereços já era muito boa, quase a totalidade dos registros tinham cep completo e válido, com os tratamentos adicionais ultrapassamos 95% geocodificação. Um valor ótimo que só é possível se a tabela de endereços for completa e a base de ruas atual.
O software além de permitir exportar para shape, também gera relatório resumido e detalhado, o detalhado demonstra para cada registro qual o endereço ele validou em relação a base.
A base do Centro de Estudos da Metrópole abrange toda a RMSP, para outras regiões também podemos apresentar soluções inovadoras garantindo acurácia no nível do setor censitário.

Caso necessite de serviços dessa natureza entre em contato: www.geoanalytics.com.br 

domingo, 31 de janeiro de 2016

Geoserver do IBGE


Hoje daremos uma dica sobre o repositório de serviços de dados do IBGE, é nesse repositório que estão os dados do IBGE que servem a INDE. 
http://www.geoservicos.ibge.gov.br/geoserver/web/ Nesse endereço o leitor poderá ter acesso a serviços mapas, de feições e acesso a metadados.
Vejo como principal benefício no acesso aos serviços de dados, o fato da gestão permanecer com o responsável pelo dado, além de evitar redundâncias por parte do usuário final, não ter a insegurança de estar ou não usando a última versão disponibilizada pelo provedor. 
Por essas razões sinto-me cada vez mais à vontade em utilizar esses serviços, que podem ser consumidos em GIS livres ou proprietários.
 

Malha de Setores Censitários consumida via serviço de mapas

Ainda sobre os geoserviços, entrei em contato com a equipe de Geosampa (Mapa digital da Cidade de São Paulo), atualmente é possível descarregar dados pela web e em breve também será possível acessar os dados via serviço.
 



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